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BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Confira Nota do PSOL enviada ao Blog: 

“O PSOL de Pernambuco, com apoio do PSOL
de Garanhuns/PE,  lança à sociedade o
apelo pela conformação de uma ampla frente social e política, que se
materialize em ações no cotidiano de nossas vidas, mas também que se apresente
nos processos eleitorais como alternativa aos velhos e novos coronéis. Nosso
partido apresentará, em Pernambuco e no Brasil, candidaturas que façam um
contraponto a isto e busquem um diálogo com a sociedade para causar as
transformações inadiáveis na vida do nosso povo. Por uma nova politica de
verdade!””



Clique em mais informações e confira a nota da Executiva Estadual do PSOL-PE,
com apoio do PSOL de Garanhuns/PE, sobre o governo de Eduardo Campos:

“Eduardo Campos: um
novo coronel para uma velha política

O Brasil está assistindo nestes dias à gestação de uma grande fraude. O
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, agora associado à ex-senadora Marina
Silva, apresenta-se ao país como o porta-voz de uma nova política. Afirma o
governador, pré-candidato a presidência da República, que quer enterrar a velha
política. O discurso reverbera pelo país e cabe à sociedade pernambucana, nos
seus setores que militam por uma nova política de fato, trazer à superfície a
realidade nua e crua do coronelismo e da devastação que tomou conta do Estado
de Pernambuco sob o comando do Sr. Eduardo Campos e que este quer agora levar à
esfera federal.

Não é possível falar-se nos dias atuais em nova política sem respeito à
democracia e à participação popular. Espaços de debate, orientação e
deliberação de políticas públicas, como conferências públicas e conselhos,
precisam ser valorizados e impulsionados, sobretudo em tempos de internet e
redes sociais. No atual governo de Pernambuco as formas organizadas e
democráticas de participação popular, exigidas inclusive em Lei, foram esvaziadas
e substituídas por verdadeiros comícios pelas regiões do Estado, apelidados de
“Todos Por Pernambuco”, uma forma populista de modelo de gestão onde a
sociedade civil organizada não participa e onde eleitores e aliados de ocasião
se limitam ao aplauso.

Uma nova política exige o fortalecimento da República, da independência dos
poderes do Estado e suas instituições, exige a não confusão entre o público e o
privado. Em Pernambuco, sob o governo de Eduardo Campos, a Constituição
Estadual é alterada para manter no comando da Assembleia Legislativa um aliado
incondicional do governo, que se reelege à presidência da Casa ao sabor das
conveniências. A parentada do governador é chamada a ocupar postos de comando
em várias instituições, como o fez com sua mãe que ocupa hoje vaga vitalícia no
Tribunal de Contas da União, episódio que o Brasil pôde acompanhar. A família
do governador é como se fosse uma espécie de casta de uma suposta nobreza política,
com planos de expansão e perpetuação de um tipo de dinastia, como fazem agora
com a pré-candidatura de um jovem de 21 anos, filho do governador, à Câmara
Federal. As práticas oligárquicas nunca estiveram em nível tão vexatório na
política pernambucana. A velha política conseguiu se apodrecer ainda mais sob
as ordens do Sr. Eduardo Campos.

Em tempos em que a necessidade da combinação de sustentabilidade econômica,
social e ambiental é imprescindível na gestão pública, o governador Eduardo
Campos transforma Pernambuco no maior exemplo de economia de alto carbono e de
fortalecimento da matriz energética fóssil, em detrimento da indústria limpa e
da vocação natural de nosso Estado para o turismo, por exemplo. Aterram-se
mangues e explodem-se corais para viabilizar a expansão do Porto de Suape,
eliminando-se boa parte da atividade pesqueira da população da região e
causando desequilíbrios na fauna e no habitat marinho que transformaram
importantes praias em impróprias para o banho por conta dos constantes ataques
de tubarão.

A sociedade Pernambucana precisou levantar-se, mobilizar-se, ir ao Ministério
Público, para evitar que se instalasse em Pernambuco há dois anos a maior usina
suja do mundo, um complexo termelétrico de geração de energia elétrica a partir
da queima de óleo. A mesma mobilização está em curso agora contra a instalação
de um parque gerador de energia elétrica a partir de usinas nucleares no sertão
do Estado, na cidade de Itacuruba, às margens do Rio São Francisco. Se
construída, esta usina vai consumir incomensuráveis metros cúbicos de água para
resfriamento da usina e que serão devolvidos acima de sua temperatura ao leito
do Rio. Qualquer acidente nuclear naquela região pode inviabilizar aquele
território por séculos e ainda contaminar um dos principais rios nacionais.
Eduardo Campos é conhecido no meio ambientalista como um “Ecocida”, tamanha sua
sede de mostrar números de crescimento econômico sem se preocupar com os
aspectos ambientais e sociais. As cidades que estão recebendo grandes obras em
Pernambuco recebem também o crescimento absurdo de favelas e da criminalidade,
pois o governo não está preocupado com o desenvolvimento social.

Na “nova política” do governador Eduardo Campos entra um forte discurso de
“novo pacto federativo” e contra a guerra fiscal entre Estados, mas o governo
deste senhor ampliou em algumas vezes a guerra fiscal aqui no nordeste. O
volume de isenções de tributos para investimentos privados tem já chamado a
atenção pelo comprometimento das finanças públicas futuras. A única suposta
contrapartida destes investimentos são empregos cujo impacto mais relevante são
nas obras físicas e também para a imagem do governador, que realiza inúmeros
atos políticos para carimbar a paternidade dos empreendimentos.

A educação pública sob a responsabilidade do governo estadual já virou motivo
de piada em Pernambuco. Sua última peça publicitária chegou ao cúmulo de
mostrar o prédio de uma faculdade privada como se fosse uma escola pública
estadual. Eduardo Campos está desmontando a escola pública universal e
construindo algumas escolas modelo, integrais, assim como programas “piloto”,
tipo este que manda alguns poucos professores e alunos para o exterior, para
assim mostrá-los em suas propagandas insistentes nos meios de comunicação, como
se isto fosse uma regra ou uma dinâmica de conjunto em seu governo. Enquanto
isso, seguramente mais de 90% da rede púbica e dos alunos estão entregues ao
mais brutal sucateamento e a programas de aceleração da entrega de diplomas.
Por esta razão Pernambuco está entre as quatro piores redes estaduais de ensino
do país, segundo o IDEB. Gerações de analfabetos funcionais estão sendo
produzidos em massa sob os governos do Sr. Eduardo Campos.

Na saúde pública, os escândalos se sucedem. O Secretário de Saúde do Estado é
ao mesmo tempo o responsável por Organizações Sociais que se beneficiam das
verbas públicas para administrar unidades públicas de saúde do Estado, UPAS e
Hospitais. As denúncias são fartas em relação aos recursos desproporcionais que
estas unidades privatizadas recebem em detrimento dos grandes hospitais
públicos do Estado, com muito mais responsabilidades, muito mais atendimentos,
mas que recebem muito menos recursos. Ao mesmo tempo, estas unidades
privatizadas dentro do sistema público voltaram a fazer pairar sobre os
serviços públicos o estigma do “quem indica”. Vagas para se trabalhar nestas
unidades viraram parte do jogo político, favorecendo os aliados do governador.
Nada mais velho e indesejável na política.

Na segurança pública, a mesma lógica do conjunto do governo. A estratégia é
focar as estatísticas onde o governo incidiu localmente para fazer propaganda e
abandonar as estatísticas do conjunto da segurança pública, tanto em outras
regiões do Estado como em outros crimes que não os CVLI (crimes violentos
letais intencionais). O governador não se interessa pela prevenção aos crimes,
se preocupa essencialmente com a diminuição do número de assassinatos na região
alvo que se utiliza para fazer suas peças publicitárias. As lideranças das
associações dos Policiais Militares denunciam estas e outras situações, como as
viaturas alugadas que deveriam ser sempre novas ou seminovas, mas que estão
sucateadas como antes, porém agora com mais gastos para o Estado e favorecendo
setores empresariais, e ainda a situação de arrocho e metas que exigem escalas
inaceitáveis de trabalho. A resposta do coronel-governador é perseguir estas
lideranças, impondo-lhes inquéritos que visam a expulsão da corporação.

O governador tem ainda insistido na prática da criminalização dos movimentos
sociais. Os principais negociadores do governo com os movimentos que estão nas
lutas sociais por moradia e transporte, sobretudo, são da secretaria de
segurança pública. Prisões arbitrárias, falta de diálogo, cerceamento da
atuação da advocacia, perseguição de lideranças, invasão de reuniões políticas
por parte da polícia, espionagem de lideranças e pessoas influentes politicamente
no Estado, tem sido a política de relacionamento do Sr. Eduardo Campos com a
sociedade civil organizada e em enfrentamento político contra os graves
problemas sociais que temos em Pernambuco.

Toda esta prática do Sr. Governador é feita em aliança com nomes conhecidos da
velha política local, num encontro entre as velhas e novas oligarquias. A
enxurrada de partidos de aluguel criados no último período contou com o apoio
ou com a acolhimento fácil e entusiasmado do governador. Estão todos em sua
base de sustentação, agora inclusive a Rede de Marina Silva, que se misturou
neste saco de gatos, no melhor estilo de estar perto de quem governa.

Esta é a “nova política” do governador Eduardo Campos, cuja base de sustentação
conta com o Partido dos Trabalhadores, o PT, desde os primeiros momentos, sendo
este partido responsável solidário neste empreendimento desastroso. Isso é o
aprofundamento da velha política, daquilo que a sociedade tem rechaçado nas
ruas e nas suas mobilizações. Reafirmamos, com esta crítica ao governador e seu
governo, que nova política deve significar mais democracia na política, na
economia, nas comunicações, mais transparência e horizontalidade na gestão
pública, mais ecologia, mais educação, mais controle social sobre o Estado,
mais direitos sociais, mais incentivo à liberdade de expressão, mais
distribuição de renda.

O PSOL Pernambuco lança à sociedade o apelo pela conformação de uma ampla
frente social e política, que se materialize em ações no cotidiano de nossas
vidas, mas também que se apresente nos processos eleitorais como alternativa
aos velhos e novos coronéis. Nosso partido apresentará, em Pernambuco e no
Brasil, candidaturas que façam um contraponto a isto e busquem um diálogo com a
sociedade para causar as transformações inadiáveis na vida do nosso povo. Por
uma nova política de verdade!

Executiva Estadual do PSOL-PE.

Apoio: PSOL de Garanhuns/PE”