“Exceto a Mesa Diretora da Assembleia
Legislativa de Pernambuco (ALEPE), que insiste em manter sob sigilo o número
exato de funcionários comissionados na Casa – que em sua totalidade passaram a
receber o auxílio-saúde de R$ 495,00 mensais desde o último dia 1º –,
parlamentares consultados pelo Jornal do Commercio revelaram que nem eles
próprios sabem informar sobre o quantitativo.
Na condição de anonimato, para evitar mal-estar na Casa, defenderam a
“transparência” no Legislativo – com a divulgação do número de comissionados e
do montante integral que será gasto com a extensão do auxílio-saúde dos
efetivos e aposentados para todos os comissionados –, mas confessam desconhecer
os dois dados. “Não divulgam, talvez, porque são muitos. Isso constrange. A
gente sabe a estrutura de gabinete, mas a suplementar não conhecemos”,
confessou um dos parlamentares.
O desconhecimento é geral: governista e oposicionista coincidem. “Eu não sei
porque as pessoas responsáveis pela Casa não querem dispor isso. Por mim, não
tem problema. Não sei quantos são, nunca conversei sobre o assunto”, lamenta
outro graduado governista. “Eu não sei. Já sou perseguido por ser oposição, não
vou arrumar mais briga. Não vejo problema em divulgar, mas Uchoa [Guilherme,
presidente] (foto), nunca discutiu isso com toda a Casa. Ele manda demais”, lamentou
um adversário.
A relação é desproporcional. A ALEPE conta com 180 servidores efetivos,
enquanto nos cargos comissionados o cálculo estimativo é que o total seja
superior a 1.370 funcionários nomeados pelos deputados. “Defendo que a
Assembleia deveria dar publicidade a todos os seus atos. O sentimento da
maioria da Casa é encarar isso de forma mais transparente”, pondera outro
governista, reforçando que fala sob anonimato”.