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BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | quinta-feira, 16 de setembro de 2021

 

O tema a ser apresentado neste artigo é o varejo de Shopping Centers, segmento que está passando por profundas transformações. Vamos apontar algumas análises do período pós-pandemia para reflexão e planejamento para o futuro. Boa leitura!

O setor de Shoppings no Brasil é bastante robusto e consolidado. O primeiro foi inaugurado em São Paulo em 1966, o Shopping Ibiraquera. Só após 14 anos, em 1980, foi aberto em Pernambuco o Shopping Center Recife. O segmento conta no país com 601 equipamentos, 16 milhões de m2 de ABL (área bruta locável) e gera quase um milhão de empregos diretos.

 

 

Em todo este tempo, o varejo de Shoppings se transformou, evoluiu e se consolidou como um canal de experiências de consumo diferenciado, com ótimo padrão presencial de serviços. Mas hoje vive uma profunda crise existencial por vários motivos: a pandemia, o isolamento social, a evolução do e-commerce e o padrão psicológico do consumidor que anda ansioso, medroso, desnorteado e sufocado pelo excesso de informações. Os equipamentos a partir de agora deverão extrapolar as suas experiências e humanizar as suas relações comerciais, apresentando e valorizando benefícios extras como: sentimentos, pertencimento, gerando experiências inovadoras e sediando momentos memoráveis nas vidas de seus clientes.

 

 

Com todas as flutuações de mercado, uma parcela significativa dos shoppings do mundo inteiro irão desaparecer nos próximos anos, como cerca de 30% nos E.U.A e na China, por exemplo. Os que continuarem funcionando deverão se transformar e se reinventar, como em exemplos e eixos temáticos que apresento adiante:

– Os protocolos de biossegurança não irão desaparecer. Os shoppings e suas redes deverão continuar aperfeiçoando estas práticas e publicitando-as para os seus clientes, nos próximos anos;

– Ocorrerá a expansão do comércio on-line de forma associativa com outros shoppings ou com suas redes, aumentando a capacidade de competitividade em relação aos gigantes do segmento, como a Amazon, Mercado Livre e Alibaba, por exemplo;

– Mudanças, redução, acréscimos e desmembramentos de áreas, requalificação e readequação do mix interno, reduzindo e redefinindo os espaços das lojas como os de linha branca, por exemplo. Por outro lado, ampliando outros espaços como serviços, gastronomia, entretenimento, educação presencial e saúde.

– Os shoppings deverão selecionar novas operações que requeiram intensivamente a presença física de seus clientes no mall, porque na maioria dos segmentos os atendimentos comerciais serão realizados de forma remota;

– Com a pandemia, os acessos às compras pela internet cresceram de forma exponencial. Com o ingresso de clientes que não utilizavam a plataforma, a base de acessos e compras aumentou muito, e este novo público continuará comprando pela rede mesmo após a retomada das atividades;

– Os shoppings têm grandes desafios para reduzir custos de aluguéis e percentuais sobre o faturamento, condomínio e fundo de promoção, os quais são de sua inteira responsabilidade, além de impostos – prediais, circulação de mercadorias e de renda, que deixam a sua atividade comercial sem competitividade em relação às vendas pela internet.

– Antigamente, seu principal concorrente era o comércio de rua. Hoje, é o comércio do mundo inteiro, que, com o advento da internet e a oferta cada vez maior de marketplaces, muitas empresas contam, hoje em dia, com uma certa liberdade geográfica.

– Com a unificação de produtos e serviços de forma global, os últimos segmentos que ainda resistem e que necessitam ao toque presencial, como o varejo de vestuário e de sapatos, por exemplo, deverão buscar modelos digitais de checagem de tamanhos para facilitar as vendas on-line, gerando assim mais um facilitador para as vendas por e-commerce.

 

 

Pelos relatos trazidos aqui, nos próximos anos a tendência é que haja uma desaceleração na construção de novos Shoppings. E, se houver algum novo projeto, a direção é que sejam os abertos (open malls) ou os agregados a torres comerciais (tower shoppings). O que fazer? Essa é uma das questões que serão abordadas e analisadas daqui pra frente, agora e no futuro muito próximo. O varejo de Shopping irá mudar e se adaptar ao novo mercado, no pós e-commerce e pandemia.

 

Alexandre Luiz Oliveira

Publicitário e diretor da Marco Zero Comunicação

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