BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | terça-feira, 21 de junho de 2016
O esquema criminoso investigado na Operação Turbulência, deflagrada nesta
terça-feira, dia 21, em Pernambuco e em Goiás, financiou a campanha de
reeleição do então governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em 2010,
segundo a Polícia Federal. “O esquema foi utilizado para pagar propina na
campanha do governador”, afirmou a delegada federal Andrea Pinho, durante
entrevista coletiva.
A operação prendeu quatro
empresários suspeitos de integrar a organização criminosa nesta terça-feira –
João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur
Roberto Lapa Rosal e Apolo Santana Vieira. Todos foram encaminhados para a sede
da PF, no Recife.
Mello Filho era o dono do avião que caiu e causou a morte do ex-governador de Pernambuco
durante a campanha presidencial de 2014. A PF verificou movimentações atípicas
e envolvimento de empresas de fachada na compra da aeronave.
“Essas empresas transitavam
entre si e realizavam movimentações milionárias, na conta de outras empresas
igualmente de fachada e na conta de outros ‘laranjas’. Elas integravam uma
organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro, que vem desde 2010
e que decaiu após a queda do avião”, explicou à delegada. A PF apura se
parte de recursos pagos pela OAS em serviços de terraplanagem nas obras do Rio
São Francisco foram usados na compra do avião.
O senador Fernando Bezerra
Coelho (PSB-PE), ex-ministro da Integração Regional do governo Dilma Rousseff
(PT), responsável pela obra no sertão nordestino, teria atuado na coleta de
fundos para a campanha eleitoral de Campos, segundo a PF. “O indicativo
que a gente tem é que Fernando Bezerra Coelho teria sido a pessoa encarregada
de colher, digamos assim, os valores do percentual devido para a campanha do
ex-governador. Teria-se feito um esquema criminoso. Se era ele de fato ou não,
isso não tenho como afirmar”, apontou a delegada Andrea Pinho. “Tudo
começou com a história do avião, mas agora queremos desarticular toda essa
organização. Quem são os envolvidos, o que fizeram e quem foram os
beneficiados”, completou o delegado Daniel Silvestre.
O Senador Fernando Bezerra Coelho emitiu uma nota em que “repudia a incorreta vinculação do nome dele à Operação Turbulência”. O socialista afirmou, ainda, que nunca atuou na coordenação das campanhas de Eduardo Campos, nem em 2010 nem em 2014. Quanto ao inquérito no STF, o senador disse que “sempre esteve à disposição para colaborar com os ritos processuais e fornecer todas as informações que lhe foram e, porventura, venham a ser demandadas”.
O G1 entrou em contato com o Partido
Socialista Brasileiro em Pernambuco (PSB-PE) e com a OAS, mas ainda não obteve respostas, e segue tentando contato
com os advogados dos presos na operação. A família do ex-governador Eduardo
Campos informou que não iria se pronunciar por enquanto. (Com informações e imagens do G1. CONFIRA)