A decisão do Prefeito de Garanhuns em municipalizar o Festival de Inverno, sem antes discutir com a Governadora Raquel Lyra, pode ser vista como uma verdadeira Expulsão do Governo Estadual do Evento.
O Gesto, que pode ser justificado ao fato de que Governadora também usou as redes sociais para anunciar o período de realização do Evento deste ano, sem antes sequer comunicar o Prefeito, sinaliza que a Prefeitura decreta a expulsão da Fundarpe; da Secretaria de Cultura e do Governo Raquel Lyra do Evento, garantindo assim ter condições financeiras e estruturais próprias para bancar o FIG, ou que terá um forte captador de recursos no segmento Privado e no Governo Federal, possivelmente, o deputado Felipe Carreras.
O Governo do Estado realmente não tratou o FIG 2023 com a atenção que deveria. Não ouviu o Município, nem o Líder do Governo, Izaías Régis, que foi Prefeito por oito anos. Foi como colocar um Motorista com a habilitação na categoria “B” para dirigir uma Carreta Bitrem de 7 Eixos. Porém abrir mão do dinheiro e da estrutura do Estado no Festival e garantir fazê-lo nos moldes de 2022, com boas atrações, noites temáticas e cerca de R$ 30 milhões em investimentos, é uma aposta muito alta que o Prefeito de Garanhuns faz no ano em que sua reeleição estará sendo decidida.
E a Cidade? E os investimentos na saúde, onde a realidade é de falta de insumos básicos, remédios e de demora para autorizar exames e consultas com médicos especialistas. E a Educação, que apesar dos investimentos milionários, deixa os Professores sem o reajuste salarial. Guardas Municipais, Servidores Administrativos que também ficaram sem aumento. E a infraestrutura, que apesar das recentes ações ainda está longe de ser a ideal. E as oportunidades para os nossos Jovens? Concurso, qualificação profissional, empregos…, ou será que os 10, 15 ou 30 dias de FIG vão gerar esses empregos todos? Nem só de FIG vive Garanhuns. Isso é fato!
Mandar no FIG será excelente. Poder ter atrações legais em todos os palcos; valorizar os artistas locais, impedindo que se apresentem às 18 ou 19h, será massa, mas bancar o FIG já é outra história. Até porque, repito, Garanhuns e seu povo não vivem em função do Festival de Inverno. Após a festa, a economia não segue girando em sua função, ficamos apenas esperando a próxima edição e sonhando com as atrações que podem vir para movimentar a Cidade nos dias da realização. Acredito que o mais viável seria garantir a posição de có-realizador; impor respeito aos projetos do Governo Municipal e participar diretamente da formatação do Evento. As falhas deste ano facilitarão esse diálogo e essa afirmação do Município na organização da Festividade.
Sivaldo Albino pode estar certo ou blefando. Tentando surfar, ainda mais, no desgaste real e justo de Raquel junto a população de Garanhuns por conta da falta de atenção com o FIG, mas abrir mão do Estado é uma ousadia que pode lhe garantir, tanto uma fácil reeleição, quanto um desgaste capaz de decretar a derrota do projeto Albino na Prefeitura de Garanhuns. Esta é a minha opinião, mas respeito a sua! (Carlos Eugênio)