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BLOG DO CARLOS EUGÊNIO | domingo, 13 de março de 2022

 

Apesar de não serem preponderantes, as alianças políticas nacionais são um fator significativo para os postulantes estaduais. Em Pernambuco, a semana foi marcada por sinalizações dos pré-candidatos ao Governo do Estado que contarão com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (o Prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, do PL) e do ex-presidente Lula (o deputado Federal Danilo Cabral, do PSB), até aqui os dois protagonistas da corrida pelo Planalto. Empenhados em suas pré-candidaturas ao Governo, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), e o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil), têm um cenário incerto nacionalmente que, inclusive, pode obrigá-los a ter o mesmo candidato a Presidente, caso PSDB e União Brasil solidifiquem uma aliança nacional. Na opinião de dois cientistas políticos ouvidos pela Folha de Pernambuco, o cenário atual se mostra aberto, podendo o palanque nacional ao qual o candidato ao Governo de Pernambuco está alinhado ser um ingrediente com poder de influência, que pode tanto ajudar como atrapalhar o candidato.

 

 

O cientista político e professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Antônio Lucena analisa que o apoio de Jair Bolsonaro a Anderson Ferreira, é um risco ao pré-candidato do PL.  Na prática, com a ida de Bolsonaro ao PL, Anderson não tinha outra alternativa de concorrer ao Palácio do Campo das Princesas que não a de ser o palanque de Bolsonaro em Pernambuco.  “A tendência é de que algumas pessoas que poderiam votar em Anderson não votarem por causa desse apoio do presidente. Mesmo dentro do segmento evangélico, que é um segmento que apoia Anderson e Bolsonaro, você tem uma dissidência grande a respeito do presidente”, avalia Lucena. 

 

 

“O fato de existir uma fatia do eleitorado que rejeita um candidato que seja apoiado por Bolsonaro beneficia automaticamente Miguel e Raquel. É um xadrez, temos que observar no processo mais próximo da eleição o quanto dessa rejeição de Bolsonaro vai estar cristalizada no eleitorado pernambucano”, frisa Priscila Lapa, cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda. Ela pondera, no entanto, que Anderson também tem a ganhar com a aliança.  “Em relação à estrutura, Anderson vai ter um palanque com apoio, com recurso. Estamos falando da máquina federal, estruturas que podem ser muito vantajosas, ele pode ganhar muito fôlego”, afirma Priscila Lapa.  

 

 

COLAR DANILO A LULA – Priscila Lapa crê que, no caso de Danilo Cabral, será preciso haver um trabalho forte de associação entre ele e Lula, caso a Frente Popular queira tirar grande proveito do cabo eleitoral petista na disputa estadual.  “Aconteceu poucas vezes na história eleitoral de ter essas transferência de voto de forma tão efetiva. Acho que vai ter sim um trabalho do eleitor conhecer Danilo, uma construção das pessoas saberem que ele é o candidato de Lula. Ainda temos uma memória muito recente em Pernambuco de PT e PSB não estarem juntos. Isso pode ser um ponto negativo na campanha. Pode ser muito explorado pelos adversários essa divergência”, avalia a cientista política. (Com informações de Camila Souza e João Pascoal/ Folha de Pernambuco. CONFIRA)